À pancada da onda contra a pedra hostil
a claridade rebenta e decreta a sua rosa
e o círculo do mar reduz-se a um cacho,a uma gota única de sal azul que tomba.
Oh radiante magnólia desatada na espuma,
magnética viajeira cuja morte floresce
e eternamente volta a ser e a não ser nada:
sal destruído, ofuscante agitação marinha.
Juntos, meu amor, selamos o silêncio,
enquanto o mar destrói suas estátuas perenes
e derruba as suas torres de êxtase e loucura,
porque na trama destes tecidos invisíveis
da água desenfreada, da incessante areia,
mantemos a perseguida e única ternura.
Pablo Neruda
in Antologia, Relógio d'Água,1998
Pintura (C) Max Ernst
3 comentários:
Gosto de Pablo Neruda, aqui na zona onde moro existem muitos monumentos em homenagem ao poeta, alguns lindíssimos.
Bjs
Me gustó el poema, Neruda siempre me sorprende, me da alegría y placer leerlo. Hermosa la pintura, Un abrazo grande laura
Querida Avelaneira,
Gosto de passar por aqui e encontrar um dos meus poetas preferidos, em versos de amor e ternura.
Obrigada pela partilha.
Bom fim de semana.
Beijinhos
Branca
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