domingo, 13 de setembro de 2009

Antes de Amar-te

Antes de amar-te, amor, nada era meu



Vacilei pelas ruas e as coisas:


Nada contava nem tinha nome:


O mundo era do ar que esperava.


E conheci salões cinzentos,


Túneis habitados pela lua,


Hangares cruéis que se despediam,


Perguntas que insistiam na areia.


Tudo estava vazio, morto e mudo,


Caído, abandonado e decaído,


Tudo era inalienavelmente alheio,


Tudo era dos outros e de ninguém,


Até que tua beleza e tua pobreza


De dádivas encheram o outono.


Pablo Neruda
 
Imagem (C) Google Images

3 comentários:

Maria Faia disse...

"Tudo era inalienavelmente alheio!..."
Como alheios são todos quantos desconhecem o Amor, a Paz, a Fraternidade.

Um abraço para ti amiga com votos de uma semana muito feliz.

Maria Faia

Joaquim Moedas Duarte disse...

Neruda cantou tão bem o amor.
Que na tua vida não haja nunca uma "canção desperada"...

Beijinho

Lilá(s) disse...

Neruda sempre com seus encantos. Na Caparica há um monumento lindo (com vista pró mar) em homenagem a este poeta.
Bjs