Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
o plantador de naus a haver,
e ouve um silêncio múrmuro consigo:
é o rumor dos pinhais que, como um trigo
de Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio, esse cantar, jovem e puro,
busca o oceano por achar;
e a fala dos pinhais,marulho obscuro,
é o som presente desse mar futuro,
é a voz da terra ansiando pelo mar.
Fernando Pessoa,
Dom Dinis in Mensagem
Pintura (C)Gustave Courbet-The Edge of the Sea at Palavas
3 comentários:
Poesia de SEMPRE!
Lindo!
Beijinho
Uma poesia sempre actual, é linda.
Bjs
Nunca se gasta...
Abreijo.
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