quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


Faço um desenho de palavras com as vértebras
da terra, no mais fundo do chão, onde
começo a procurar o rio secreto
da noite, seguindo as correntes silenciosas
do corpo.É um trabalho que me irá ocupar
por inteiro; e quando chegar ao fim, vendo abrir-se
o estuário do sol nos braços secos da manhã,
levantar-me-ei da insónia em busca de uma revelação
de margens.[...]

Nuno Júdice
in As coisas mais simples
Imagem ©Saito Norihiko

4 comentários:

santiago disse...

há muito tempo sem vontade...

hoje passo por aqui e deixo um beijo.

Joaquim Moedas Duarte disse...

Nuno Júdice: ele sabe dizer tudo!

E a gravura é linda, Avelã!

Mare Liberum disse...

Um belo poema do algarvio Nuno Júdice. Gosto muito de poesia, como sabes, e das imagens que desfilam à medida que leio esta linguagem conotativa, cheia de metáforas com que me deleito.

Beijinhos

Bem-hajas!

Ad astra disse...

o que eu gosto dele :)