Faço um desenho de palavras com as vértebras
da terra, no mais fundo do chão, onde
começo a procurar o rio secreto
da noite, seguindo as correntes silenciosas
do corpo.É um trabalho que me irá ocupar
por inteiro; e quando chegar ao fim, vendo abrir-se
o estuário do sol nos braços secos da manhã,
levantar-me-ei da insónia em busca de uma revelação
de margens.[...]
da terra, no mais fundo do chão, onde
começo a procurar o rio secreto
da noite, seguindo as correntes silenciosas
do corpo.É um trabalho que me irá ocupar
por inteiro; e quando chegar ao fim, vendo abrir-se
o estuário do sol nos braços secos da manhã,
levantar-me-ei da insónia em busca de uma revelação
de margens.[...]
Nuno Júdice
in As coisas mais simples
Imagem ©Saito Norihiko
4 comentários:
há muito tempo sem vontade...
hoje passo por aqui e deixo um beijo.
Nuno Júdice: ele sabe dizer tudo!
E a gravura é linda, Avelã!
Um belo poema do algarvio Nuno Júdice. Gosto muito de poesia, como sabes, e das imagens que desfilam à medida que leio esta linguagem conotativa, cheia de metáforas com que me deleito.
Beijinhos
Bem-hajas!
o que eu gosto dele :)
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