Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
Pablo Neruda
Imagem (C) Google Images
3 comentários:
"Tudo era inalienavelmente alheio!..."
Como alheios são todos quantos desconhecem o Amor, a Paz, a Fraternidade.
Um abraço para ti amiga com votos de uma semana muito feliz.
Maria Faia
Neruda cantou tão bem o amor.
Que na tua vida não haja nunca uma "canção desperada"...
Beijinho
Neruda sempre com seus encantos. Na Caparica há um monumento lindo (com vista pró mar) em homenagem a este poeta.
Bjs
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