"Folha, inimiga de outra folha, inimiga do
ramo, inimiga da árvore...". Assim falou a
água, assim confirmou o vento. E a folha
foi expulsa da árvore. Sacudida,
tombou no ar, planou até tocar o solo.
Depois a boca da terra mastigou-lhe
as rígidas nervuras, absorveu todo o verde
ainda tenro, misturando-o com
a água. " Não importa", disse
para si mesma, a folha. "Voltarei
a subir pela raiz".
a subir pela raiz".
Joaquim Pessoa, À Mesa do Amor
Imagem (C) Soizick Meister
2 comentários:
Belo poema, glosando o tema do eterno retorno.
Se nós interiorisássemos a fundo essa realidade...
Talvez a ideia de imortalidade radique aqui... quem sabe?
Bj
goatei da escohha, como sempre
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