Quando amanhã,
na subida mais íngreme daquele monte,
um deus inscrever seu azulado arco
por sobre o fio geral do horizonte
-sobre o esplendor das asas matizadas
pelo calor da lenha a crepitar, pelo fulgor
das cinzas espalhadas rente à terra
como adubo atirado ao amanhecer -
dirás quanto de mim for posse e perda,
sorriso e choro, sabor de doces frutos
ou parca ilusão:
dirás quanto de tudo a vida se revolve,
se incendeia.
João Rui de Sousa
in Quarteto para as próximas chuvas
Imagem© photobucket.com
2 comentários:
Olá Avelaneiraflorida
Passei para te cumprimentar e conhecer o teu novo espaço.
Fica bem
Joy
João Rui de Sousa: por ele descobri a poesia moderna, já lá vão uns anitos...
Obrigado por trazeres aui este belo poema!
Bjnhs
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